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6 Síndromes que podem ser amenizadas pela psicoterapia


Há cada vez menos dúvidas entre profissionais da saúde (E mesmo leigos) de que a mente e o corpo estão intimamente ligados e que, em algum nível, o adoecimento físico afeta o psiquismo - E este, por sua vez, influi na saúde do organismo. Porém, quando abordamos esse tema há o risco de tentar estabelecer uma correspondência simplista e deixar-se levar pela ideia de que existem causas e resultados diretos. Uma consequência desse equívoco é a culpabilização do paciente por seu adoecimento. O fato é que problemas no corpo ou mente frequentemente estão inter-relacionados. No entanto, alguns incômodos parecem ter uma base tão física que-apesar dos bons resultados alcançados nos consultórios de psicologia e psicanálise-ainda é difícil para algumas pessoas imaginar que tratamentos fundamentados na "conversa" poderia fazer alguma diferença. A verdade, porém, é que a psicoterapia não se resume, nem de longe, a simples conversas. Os tratamentos de orientação psicanalítica, por exemplo, não têm como meta a mera erradicação do sintoma: a proposta é dar sentido a ele, contextualizando-o na história e no momento de vida da pessoa, O que favorece elaboração psíquica. E esse processo muitas vezes leva mesmo ao desaparecimento das manifestações físicas. Outro recurso terapêutico, cada vez mais usado com bons resultados (ou indicado) por profissionais da área da saúde, incluindo psicólogos, é a meditação. Os seis exemplos a seguir representa um bem os efeitos terapêuticos da psicoterapia sobre a saúde geral dos pacientes. Os resultados positivos, no entanto, não se restringem os problemas destacados: estudos recentes indicam que todos podem ser beneficiados com psicoterapia. E, não raro, essa abordagem (ás vezes sozinha, outras vezes combinada com medicamentos) tem o maior índice de bons resultados. Dor de cabeça: quando temos esse tipo de desconforto, muitas vezes recorremos a analgésicos, mesmo sem receita médica (e, em casos graves, com prescrição). No entanto, pesquisas recentes sugerem que psicoterapia pode ajudar a evitar que esse incômodo aparência. Estudos anteriores já haviam demonstrado que o tratamento com base na meditação mindfulness (atenção plena, baseada na atenção na própria respiração, com ancoragem no momento presente) colabora no alívio da dor crônica. Por isso, pesquisadores da Universidade de Camberra, na Austrália, investigaram se uma breve versão dessa abordagem poderia beneficiar quem sofre com o tipo comum de dor de cabeça, a cefaleia tensional crônica. Em um estudo loto, publicado alguns meses na Behavioural and Cognitive Psychotherapy, Cientistas dividiram voluntários em dois grupos e apenas os integrantes de um deles participaram fez sessões de terapia com base na mindfulness, por pouco mais de três semanas. Resultado: todos tiveram significativamente menos dor de cabeça. Os integrantes do grupo de controle que não tiveram acesso a intervenção mantiveram a frequência de queixa de cefalei por pouco mais de três semanas. Resultado: todos tiveram significativamente menos dor de cabeça. Os integrantes do grupo de controle que não tiveram acesso a intervenção mantiveram a frequência de queixa de cefaleia. Outro estudo, dessa vez com criança, publicado em 2015 no Italian Journal of Pediatrics, aponta que um breve tratamento de psicoterapia psico dinâmica, no qual o paciente percebe os acontecimentos que antecederam a crise e as emoções associadas, pode ser mais eficaz do que abordagem medicamentosa contra enxaqueca sem dores de cabeça intencionais. Fibromialgia: incômodo intenso nas articulações e nos músculos, fadiga e depressão caracterizam a síndrome, comumente tratada com antidepressivos e medicamentos para dor. As drogas populares Lyrica, Savella e Cymbalta São aprovadas para tratar fibromialgia depressão, mas a efetividade delas varia de um paciente para outro. Além disso, a medicação pode provocar efeitos colaterais significativos. Um número crescente de pesquisas sugerem que a psicologia também pode ajudar nesse caso. Um ensaio clínico randomizado de 2011 aponta que abordagem clínica ajudou a reduzir o incômodo de pacientes com a síndrome de maneira tão efetivo quanto o tratamento padrão com drogas, além de favorecer a qualidade de vida e a amenizar a percepção de dor. Em muitos casos, a redução do incomodem pacientes com fibromialgia é semelhante ao observado na terapia medicamentosa. Síndrome do intestino irritável(SII): trata-se de um quadro gastrointestinal crônico, que pode incluir dor abdominal, inchaço, diarreia e prisão de ventre. Os medicamentos costuma ajudar no alívio dos sintomas, em especial dos dois últimos, mas a dieta as mudanças no estilo de vida são parte essencial do tratamento. Felizmente, cada vez mais especialistas reconhecem a importância de abordar as causas psicológicas do quadro. Entre as pessoas que enfrentam o problemas, aproximadamente 90% também apresentam alguma questão emocional ou psíquica relacionada, como ansiedade, depressão ou fobia social. Uma meta-análise publicada on-line em dezembro de 2014 no Journal of Psychosomatic Research, analisou dados de 48 estudos randomizados controlados que investigaram afetividade de intervenções psicológicas para a SII. Os pesquisadores observaram que os sintomas melhoraram a medida que angústia diminuía. Antes de aprofundar o questionamento sobre sentidos psicológicos do sintoma, a proposta mais eficiente se mostrou ser eo fortalecimento emocional do paciente. Para isso, os psicólogos ajudava uma pessoa a estabelecer relações entre o que sentia e suas crenças sobre si mesmo e os outros, A perceber suas emoções, o que as deflagrava e a dar nome a elas. Proposta era que atitude empática e sem julgamentos por parte do profissional oferecendo suporte egóico necessário para que o paciente pudesse se haver com suas próprias dificuldades. Mais fortalecida, a pessoa podia ir além dos sintomas físico e compreender as ramificações da angústia. Insônia: pessoas com dificuldade de dormir ou de permanecer tempo suficiente nesse estado para se sentir descansadas costumo receber tratamentos com sedativo. Os mais populares são os benzodiazepínicos, como Valium e Xanax, ou drogas Z, como Lunesta e Ambien. Evidências recentes sugerem, porém, que a terapia cognitivo-comportamental (TCC) pode funcionar tão bem, se não melhor, do que esses medicamentos para amenizar a insônia, principalmente em longo prazo. Um ensaio clínico randomizado de 2005 mostra que insones que participavam de psicoterapia dormiu mais rápida e profundamente do que aqueles que tomavam sedativos. Os que passaram por ambas as intervenções não demonstraram melhoras superior à de voluntários que foram submetidos exclusivamente a psicoterapia. Em uma revisão de 2000 e 12/5 ensaios clínicos randomizados, pensadores observaram que os insones submetidos ao tratamento psicoterápico se mostravam mais satisfeitos ao acordar e dormir melhor do que aqueles que costumavam ingerir medicamentos na hora de se deitar. Disfunção sexual feminina: o termo amplo inclui questões relativas a excitação, ao desejo, ao orgasmo e á dor associada ao sexo. Em geral, o baixo desejo sexual é a queixa mais comum dessas mulheres, já que costuma afetar a qualidade de vida e comprometer relacionamentos. As empresas farmacêuticas tentam, compor com sucesso, encontraram " Viagra feminino ", mas atualmente, na prática, existem apenas alguns compostos em estágios iniciais de testes clínicos. Enquanto isso, pesquisadores aponta uma abordagem psicológica promissora. No ano passado, foi publicado na Behaviour Research and Therapy um artigo sobre estudo realizado com 117 mulheres. Desse total, 68 participaram de quatro sessões de 90 minutos de terapia de grupo e sessões de mindfulness, ao final de cada encontro. As outras 49 receberam placebo. Os resultados mostram que o primeiro grupo apresentou melhora significativa em relação ao desejo sexual, á excitação, á lubrificação e á satisfação, além de demonstrar menos sintomas de depressão, que também se relacionam com qualidade na vida sexual. Infertilidade: drogas específicas são, em geral, as primeiras opções para ajudar engravidar. Aproximadamente metade das mulheres concebe depois de tomar medicamentos. No caso das pacientes para quem o remédio não faz efeito, os médicos geralmente fazem outras recomendações, como hormônios injetáveis ou fertilização in vitro. No entanto, considerando estresse que pode envolver as tentativas de engravidar, faz sentido pensar que tratamentos psicológicos também podem ser uma forma eficaz de ajudar a aumentar a fertilidade. Uma revisão mostra que 45% dos pacientes submetidos a psicoterapia engravidaram, em comparação com apenas 14% das voluntárias do grupo de controle que não receberam intervenção. O estudo também aponta taxas de concepção idênticas entre as mulheres que fizeram psicoterapia em conjunto com a fertilização in vitro, em comparação ás que foram tratadas somente com psicoterapia. Diversas pesquisas recentes demonstram resultados semelhantes, mas infelizmente a ideia de lançar mão desse recurso para combater a infertilidade ainda causa estranhamento em muitos médicos.

Por Tori Rodriguez e Victoria Stern,Jornalistas Científicas.

Fonte: Revista Mente&Cérebro

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